TEXTO DA JÉSSICA
Não quero minha vida igual a tudo o que se vê
Sempre fui a NERD da sala desde a 1ªsérie do primário e meus professores, pais e familiares sempre apostaram muito em mim. Porém, o que conquistei até hoje? NADA DE MAIS! Não penso em fazer faculdade, ao menos tenho um trabalho, ganho 2O reais por mês de mesada, não tenho carro e nem tenho vontade de ter um, ando com um jeans velho, all star e o ego lá embaixo".
COMENTÁRIO
Se a função da escola é preparar o aluno para a vida fora da escola, por que há bons alunos que não se adaptam à vida fora da escola, quando se tornam adultos? Tentemos entender.
Não conseguimos um emprego exatamente devido às nossas habilidades profissionais. Imagine que você seja advogado, que você é excelente nesse área, etc. Então você se dirige a um bom escritório de Advocacia para pedir emprego. O que acontece lá? No mínimo, uma boa conversa.
O mais comum é que o dono do escritório estranhe sua iniciativa e comece a perguntar:
a) Quem o mandou aqui?
b) Temos algum conhecido em comum?
c) Mas por que exatamente você procurou nosso escritório?
d) Qual é mesmo o seu sobrenome?
e) De que família mesmo você é?
f) Você pode deixar um currículo?
As últimas perguntas, que talvez não sejam feitas, serão sobre suas habilidades profissionais.
Agora, imagine que você vive numa cidade turística do Nordeste, uma que receba muitos turistas estrangeiros. Você nota que 99% dos atendentes do posto turístico local não falam outros idiomas. Então você pensa: "Sou capaz de conversar em outras línguas e por isso será muito fácil conseguir um emprego ali." Então você vai pedir o emprego como 99% dos outros funcionários fizeram, porque eles também são contratados. Mas o emprego lhe é negado. O que houve? Você não está apto para o emprego?
Se os outros funcionários, que atendem turistas americanos sem saber inglês, estão aptos, isso significa que você, por ser capaz de conversar em inglês, não está menos apto que eles! Então você pensa: "Agora o quadro de funcionários está 100% preenchido, vou esperar que surja uma vaga." E você espera durante alguns anos. Funcionários deixam o emprego e outros são contratados. A percentagem de funcionários que não sabe outro idioma continua a mesma, 99%. Mas sempre que você pede o emprego, ele lhe é negado. O que está havendo?
Obviamente, o que lhe falta não são habilidades profissionais. O que lhe falta é compadrio...
Mas até aí estivemos falando de Sociologia, de relações de compadrio, de um comportamento social ainda típico no Brasil. O título do post prometia outro assunto... Vamos a ele.
Suponhamos que você chegou a uma empresa onde há 0% de relações de compadrio (imaginemos; é tudo imaginação; não estou dizendo que tais empresas existam ou que existam aos montes por aí...). Nela, você também não consegue o emprego, apesar de ser apto para a função. O que houve?
Da mesma forma que precisamos de inteligência emocional para fazer amigos, também precisamos dela para conversar com nossos futuros chefes ou superiores, para conseguir um emprego. Não, não estou falando de puxar o saco; não entendam mal.
Imaginemos este caso:
Talvez você esteja satisfeito com seu trabalho, mas se esquece de sorrir, especialmente quando seu chefe está por perto. Seu coração está feliz, mas seu rosto diz o contrário. E aquilo que seu rosto diz é a única coisa que seu chefe verá.
Talvez você concorde com uma ideia de seu colega de trabalho, mas você se esquece de se expressar com palavras durante a reunião em que ele apresenta essa ideia. E pior: você se esquece de fazer uma cara ou um gesto de aprovação. Seu colega e os demais, obviamente, entenderão que você é contra. Então mais tarde, enquanto você estiver trabalhando a favor da ideia, os outros estarão pensando que você não está se esforçando. Talvez seu colega até sinta raiva... Afinal, você é contra.
Especialmente se seu patrão não o supervisiona o tempo todo, ele pode até pensar que você não está colaborando para a ideia.
Agora, imaginemos um funcionário que age do modo oposto. Ele demonstra que está a favor da ideia, mas, em seu íntimo, não está. E ele não se empenha. Mas, até onde seja possível enganar aos chefes e aos colegas, esse funcionário será bem sucedido... Ele não deixa de estar usando sua inteligência emocional, mas para o mal.
E é essa inteligência emocional que, às vezes, nos faz falta quando estamos em busca de um emprego, de novos amigos e até de um novo amor...
Mesmo assim, ainda há algo no texto da Jésscia que é digno de nota.
Ainda não recebi o resultado do teste de QI da Jéssica, mas imaginemos de antemão que sua pontuação seja bastante alta. Isso faz com que suas relações interpessoais se restrinjam bastante, se por acaso ela não se obrigue a ter amizade com esta ou aquela pessoa. Explico:
Quanto maior a diferença de QI entre as pessoas, mais elas tendem a se repelir naturalmente. E quanto menor essa diferença, mais elas tendem a se agrupar de maneira natural. Tenhamos em mente, portanto, as pessoas de QI 120. Essas pessoas representam 5% da população. Isso quer dizer que quanto mais elas se afastem desse grupo de 5%, menores serão as probabilidades de elas se relacionarem com alguém de maneira agradável.
Agora, outro caso. Imaginemos aquelas pessoas que têm um QI altíssimo e que, por desgraça, vivam em pequenas ou médias cidades. Provavelmente não haverá outra pessoa com QI igual em sua cidade ou haverá uma ou outra. É triste? Tristíssimo.
Mas, voltando a falar de empregos, direi que, ironicamente, todas as grandes empresas afirmam estar em busca de grandes QIs, de gênios, de pessoas aptas... Pois é! Parece que da teoria à prática vai uma pernada bem grande... ou não vai.
Moral da história: Ao menos em se tratano de nossa carreira profissional ou de um simples emprego, dependemos não só de QI, mas de QE (inteligência emocional), de relações de compadrio, da oferta atual de vagas, da geografia (as oportunidades que há onde vivemos), etc.
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2 comentários:
GOSTEI MUITO, EU TENHO O LIVRO INTELIGÊNCIA EMOCIONAL. ACHEI QUE O TEXTO EXPRESSOU UMA REALIDADE QUE MUITAS VEZES FICA VELADA, PRAGUEJAMOS SEM ENTENDER O QUE ESTÁ POR TRÁS DELA....
ABÇ
Oi Bruno, passando rapidamente para lhe desejar uma ótima semana. Agradecer pelo comentário e retribuir a visita. De muito bom gosto, e acolhedor o seu espaço, seus textos, dão vontade de puxar a cadeira, sentar. Abraços da Joii.
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