Já falamos em outra postagem sobre como reconhecer um bipolar do tipo I. Hoje falaremos sobre como reconhecer um do tipo II, que deve apresentar, necessariamente, pelo menos uma fase de hipomania e uma de depressão.
Mas por que exatamente um bipolar do tipo II seria mais difícil de identificar? A resposta consiste, basicamente, em que as fases de hipomania são menos notáveis que as de mania.
A hipomania é um tipo de mania mais leve, menos notável. Uma pessoa que, geralmente, já seja bem-humorada e bem-disposta, ativa ou enérgica, faladora e impulsiva, poderia passar por uma crise de hipomania sem chamar muita atenção. Por outro lado, alguém que geralmente seja tímido ou retraído, pouco falante e apático, mudaria de comportamento de um modo mais perceptível aos demais numa fase de hipomania. De modo geral, quem percebe a hipomania são pessoas muito próximas, como amigos e familiares. Uma pessoa estranha provavelmente não notaria nada de excepcional, já que não teria um ponto de referência. É preciso comparar a hipomania com períodos de vida normal do paciente para que vejamos algo mais claramente.
E aqui chegamos a um ponto importante. É a fase de hipomania que confirma o diagnóstico de transtorno bipolar do tipo II. Daí que um bipolar do tipo II, de modo geral, é menos “visível” aos olhos de seus amigos e familiares e praticamente invisível aos olhos de estranhos. Além do mais, uma fase hipomaníaca deve durar pelo menos 4 dias, ainda que possa se estender por semanas ou meses.
Se um amigo ou familiar parece estar passando por um período de humor elevado, procure anotar numa caderneta os dias em que você percebe alguma elevação do humor e procure anotar resumidamente o que ele faz de atípico durante esse período, isto é, o que ele não costumava fazer ou nunca havia feito. Procure assinalar os horários também. Não se preocupe se você, no momento, não puder refletir sobre o que você observa. O importante é que, guardada essa caderneta com essas anotações, você tenha material para refletir mais tarde, quando adquirir mais conhecimento sobre o tema. Também é um modo de se lembrar desses fatos depois, se você tiver que relatá-los a um profissional da área. Lembre-se, entretanto, de anotar antes de tudo os fatos e, não, suas impressões dos fatos! Isso fará uma grande diferença. Um profissional da área desejará, antes de tudo, fatos para analisar.
Mas o que seria atípico? Irritação ou bom-humor excessivo, falar demais, mudar de um assunto para outro numa conversa sem concluir o anterior ou não se fixar em nenhum, libido alta, distrair-se facilmente com o que está ao redor, etc. são comportamentos observáveis num humor elevado, seja mania, seja hipomania.
Mas, na prática, qual é a diferença entre mania e hipomania? Antigamente, poderíamos dizer que a presença de delírio e alucinação era o que fazia uma boa diferença entre elas. Mas hoje, porque podemos falar em “mania com psicose” e em “mania sem psicose”, esse já não é um bom “critério de desempate”. Grosso modo, hoje podemos dizer que a hipomania é mais leve, menos intensa ou menos perceptível e não apresenta delírio ou alucinação.
Seja como for, sua primeira dúvida deve ser a presença ou não de “humor elevado”. O simples fato de você ser o primeiro a perceber os sintomas de um transtorno bipolar já será uma façanha!
Cuidado, entretanto, para não atribuir o humor elevado ao uso de álcool ou drogas, por exemplo. Ninguém fica bêbado ou drogado tanto tempo assim, na maior parte do tempo, durante dias, semanas ou meses.
O que poderia excluir a possibilidade de o humor elevado ou deprimido ter sido causado por transtorno bipolar seria o uso de algum remédio, substância ou a presença de alguma lesão física que causasse efeitos iguais, certas enfermidades semelhantes que excluem o diagnóstico de TAB, etc.
Um bipolar do tipo II, obviamente, pode vir a ser um bipolar do tipo I se vier a apresentar fases de mania, por exemplo.
Um bipolar do tipo II, porque a hipomania é menos perceptível que a mania, pode receber mais facilmente o diagnóstico de "transtorno depressivo" se apenas as fases de depressão forem "vistas". Além do mais, a hipomania nem sempre é relatada ou vista como algo errado pelo paciente ou por pessoas próximas, já que nela o paciente costuma se sentir bem. Muitos depressivos, na verdade, são bipolares.
Por fim, vale lembrar, também há aqueles bipolares que só passam por fases de hipomania. Mas neste último caso, mais facilmente, o transtorno bipolar pode ser confundido com personalidade querelante ou hipertimia.
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Como identificar um bipolar?O que poderia excluir a possibilidade de o humor elevado ou deprimido ter sido causado por transtorno bipolar seria o uso de algum remédio, substância ou a presença de alguma lesão física que causasse efeitos iguais, certas enfermidades semelhantes que excluem o diagnóstico de TAB, etc.
Um bipolar do tipo II, obviamente, pode vir a ser um bipolar do tipo I se vier a apresentar fases de mania, por exemplo.
Um bipolar do tipo II, porque a hipomania é menos perceptível que a mania, pode receber mais facilmente o diagnóstico de "transtorno depressivo" se apenas as fases de depressão forem "vistas". Além do mais, a hipomania nem sempre é relatada ou vista como algo errado pelo paciente ou por pessoas próximas, já que nela o paciente costuma se sentir bem. Muitos depressivos, na verdade, são bipolares.
Por fim, vale lembrar, também há aqueles bipolares que só passam por fases de hipomania. Mas neste último caso, mais facilmente, o transtorno bipolar pode ser confundido com personalidade querelante ou hipertimia.
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